"O problema com frases na
internet é que é difícil conferir a sua autenticidade" Abraham Lincoln
Explicando então, pela última vez:
Autor Desconhecido não existe! Ele é fruto das duas maiores características
humanas, a preguiça e a canalhice. A preguiça vem do fato de não se prontificar
a fazer uma pesquisa simples, tipo colocar em algum Google da vida a frase
entre aspas e ler, pelo menos, mais de um resultado para garantir a
procedência. A canalhice vem do fato de, achando a frase-citação boa, ela
torna-se sua. Grandíssima falta de ética, na minha humilde opinião.
Temos então este herói moderno, o
Autor Desconhecido. O profissional mais altruísta do capitalismo selvagem. Ele não quer divulgar seu nome nas coisas que
escreve, seu intuito é apenas produzir para jogar ao vento, para espalhar a
arte, para que o resultado de seu árduo trabalho seja de domínio público. Ele
quer virar spam no seu e-mail, quer virar uma apresentação de Power point, quer
virar uma frase no mural do face. Muito legal, só que não.
A vida está corrida. A comunicação é
rápida. Mas tudo tem limite, cazzo. Não publique uma frase do Veríssimo que não
é dele, nem da Clarice, nem do Kennedy. Verifique antes. Atualmente onde somos
todos igualmente únicos, você vai parecer mais inteligente.
Ultimamente este blog estava tão mudo quanto o ator d`Artista.
Tá corrido, tá corrido... Parece ser uma unanimidade. A maior parte das
pessoas que conheço está assim: E aí, tudo bem? Tudo bem... Mas tá corrido! Por
quê? Ué Eduardo, sei lá, tá corrido!
A vida está corrida!
Desde que me mudei, há quase 1 ano atrás, já fui ao Rio algumas vezes.
Sempre a trabalho. Dessa vez foi lazer. Quinta, dia 3, para o show do Noel
Gallagher. Sexta de folga. Tudo esquematizado para não dar errado, para ser
relax. Haha. Mas a vida está corrida! Quinta foi daqueles dias que o bicho
pegou. Daqueles dias que você recebe uns 10 e-mails enquanto almoça, uns 7 com
o título de URGENTE!. Chego no Santos Dummont a uma hora do show, ligo o
celular, uma mensagem tipo assim: “Eduardo, não concordo com a informação X,
favor revisar o relatório, preciso da informação amanhã de manhã para reunião
com os acionistas. Ass: Chefe”. Depois do show ainda vou ter que ver isso, pensei.
Saco.
Deixei a mochila na casa de amigos. Fui para o show. Fila. Trocar
ingresso, etc. Acho que pela primeira vez na história deste país um show
começou na hora marcada. Era 21:30! E eu estava na fila ainda. Estava
careta. Nem uma cervejinha deu para comprar, pois seria outra fila a encarar.
Entrei careta mesmo, lá pela 2ª música. Tudo conspirando contra.
Quem me conhece sabe que sou fã do Oasis. Fã do irmãos Gallagher por extensão.
Nos outros 2 shows do Oasis que fui, além deste no Noel, a mesma história:
Lugares relativamente pequenos. Mas acho até bom. Concentra os fãs. E fãs não
são pessoas normais. São doentes! Mesmo!
E eu, que estava preocupado com trabalho e sem uma gota de álcool,
chapei. Pulei, cantei, me diverti. Acho que não tem definição melhor que uma
música do Titãs, Comida, que diz: “A gente não quer só comida, a gente quer comida,
diversão e arte...” Quando algo te toca, algo que você considera arte te
toca... É diferente. É bom. Você chapa estando careta.
Chapei!
Ponto alto do show: Naquele intervalo besta antes do bis, que o artista finge que acabou para depois voltar, uns fãs-doentes
puxaram uma música: Rockin Chair. Esta é uma música b-side, como dizem. Daquelas
que não foram gravadas no álbum. Uma música que até onde sei, o Oasis tocou uma única vez
ao vivo em 15 anos de carreira. Ela só foi gravada em um cd com outras b-sides.
Enfim, coisa rara. Eu mesmo, que cresci ouvindo estes caras, não sei a
letra dessa. E o pessoal puxou e todo mundo cantou. O Noel frio e escroto
voltou para o bis sorrindo e batendo palma. Super simpático. Veja no vídeo. Lá pelo tempo 00:50 todo mundo batendo palma... Arrepia, né? Valeu a noite. Valeu o relatório. É minha música favorita por enquanto.
Lembra que a vida é curta e que se emocionar é preciso. Sem auto-ajuda. Cheers!