quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Retorno


Poderia muito bem começar dizendo que estava preparando algo triunfante ou um acontecimento de primeira grandeza para meu retorno à escrita. E olha que aconteceu muita coisa ultimamente, mudança de emprego, mudança de cidade e muitas milhas acumuladas. Então deveria ter algo profundo que sacudisse a poeira daqui.


Nada disso vai acontecer.

Percebi que este é um lugar de balelas mesmo. De profundidade basta o horário comercial e o jornal nacional. No resto do tempo sou 100% ficção. Histórias e mentiras.
A notícia mais importante dentre as sem importância que li ultimamente foi a chegada o site ohhtel ao Brasil. Se não sabe do que se trata, as palavras da vice-presidente da empresa definem bem:
“Criamos Ohhtel.com para homens e mulheres como você, que vive a rotina de um casamento sem intimidade física, mas sem querer um divórcio.
No Ohhtel.com, acreditamos que a falta de satisfação sexual não é razão suficiente para acabar com seu casamento. O casamento é mais do que apenas sexo: é sobre a família, finanças e, em muitos casos, é sobre amor.
Entendemos que você quer ficar com o seu par para o resto de sua vida, mas ao mesmo tempo você não pode viver uma vida sem satisfação sexual. Não é justo, não é natural, não é algo que fazia parte dos seus planos.
Começamos Ohhtel.com como uma alternativa ao divórcio e uma alternativa para uma vida sem sexo...
Lembrei na hora do filme “A rede social”, na parte em que o ator principal tem a sacada de adicionar o “status” de solteiro(a), casado(a)... No perfil dos usuários. Esta idéia justificou toda a coisa. Era a informação que faltava no campus, era o que todo mundo queria saber... Afinal, quem estava com quem e quem estava disponível.
O Ohhtel vai além. Ele deixa de lado a mensagem das entrelinhas do “solteiro” e parte para o “casado pronto para trair”. Uma honestidade meio torta, mas sincera.
“O casamento é mais do que apenas sexo: é sobre a família, finanças e, em muitos casos, é sobre amor.
Na frase acima não sei o que assusta mais, se é o “apenas” ou “muitos”.  


domingo, 24 de abril de 2011

A ARTE VERSUS O ARTISTA (da série, TEXTOS DE SEGUNDA)


A idéia desse texto surgiu depois de uns dos últimos jogos de seleção brasileira, quando li o seguinte comentário num site, “Pelo menos com esse novo uniforme o Neymar não vai poder ficar levantando a gola da camisa”.

O Neymar irrita. Chato, provocador, mala, refere-se a si em terceira pessoa, etc. Mas que joga pra cacete, joga, né?

Lembra-me um pouco minha banda favorita, o Oasis, que em cada lançamento de álbum pipocavam as declarações ácidas dos irmãos Gallagher mandando Deus e o mundo plantarem batata, ridicularizando todas as outras bandas, se achando os deuses do universo, brigando entre si e idolatrando os Beatles. A mídia amava odiá-los. Os fãs odiavam amá-los. Paradoxo.  No fim, das músicas eu gostava e isso me bastava.

Você gostaria de uma peça de arte (música, livro, filme...) sabendo que o autor é um escroto?

Será que a arte é independente do artista?

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P.S.: o novo uniforme da seleção não tem gola pólo. 

domingo, 27 de março de 2011

TEXTO DE ABERTURA



Por que os blogs fazem sucesso?

Porque dão a falsa impressão que tudo é infinitivamente pessoal, um alento para nossa sociedade fria, distante e conformista, pois assim temos um amigo-confidente por perto. Óbvio, tudo ilusão e bisbilhoteirismo puro. 

Porém quando a realidade dói, o que sobra? As mentiras gentis? Prolongar um amor acabado? Ressuscitar um amor esquecido? Sobram as histórias?

A idéia é esta. Ter aqui, histórias. Afinal ver algo com o olhar de outro sempre será um dos melhores passatempos da humanidade, já que cada um tem seu peculiar olhar.




-Por que escreves?
-Escrevo como registro dos fatos para a informação de Deus.
-Então você acha que Deus não sabe dos fatos?
-Sim, ele sabe dos fatos, mas não desta versão dos fatos.


Garçom, abre a conta.